Gestão de Marketing: O coração Estratégico das Organizações Modernas
A gestão de marketing é o ponto de convergência entre estratégia, comportamento do consumidor e competitividade. Mais do que apenas vender produtos, o marketing moderno busca gerar valor, construir relacionamentos e posicionar marcas em um mercado cada vez mais dinâmico e globalizado.
Adailton Mendes Galvão
10/22/20256 min read
A gestão de marketing representa, hoje, uma das áreas mais essenciais da administração moderna. Em um mundo marcado pela hipercompetitividade e pela globalização total, as empresas precisam lidar com um ambiente em constante transformação, onde as mudanças ocorrem em ritmo acelerado — o que antes demandava treze dias, agora pode acontecer em treze segundos. Esse cenário, definido na apostila como um verdadeiro “Tesarac”, exige das organizações um comportamento adaptativo, analítico e profundamente estratégico. Nesse contexto, o marketing deixa de ser apenas uma ferramenta de vendas e passa a ser uma ciência de percepção e de criação de valor, capaz de conectar produtos, pessoas e propósitos.
Historicamente, o marketing nasceu do princípio de que o consumo é a finalidade da produção, como afirmava Adam Smith em 1776. Após a Segunda Guerra Mundial, a importância do tema cresceu de forma significativa, impulsionando o desenvolvimento de estudos e práticas mais robustas. No Brasil, essa área ganhou espaço acadêmico a partir de 1954, com o primeiro curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas. Desde então, o marketing passou a ser visto como uma disciplina central na construção da estratégia empresarial.
Os fundamentos do marketing se baseiam em conceitos como necessidade, desejo, demanda, valor percebido, produto, satisfação e qualidade. Esses elementos são o ponto de partida para compreender o comportamento do consumidor e estabelecer trocas que gerem relacionamentos duradouros. A American Marketing Association (AMA) define marketing como o processo de planejar e executar a concepção, precificação, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços que satisfaçam necessidades humanas e organizacionais. Já Philip Kotler, um dos maiores nomes da área, acrescenta que o marketing deve buscar a satisfação do cliente e o bem-estar do consumidor a longo prazo, como meio de alcançar também os objetivos e responsabilidades sociais das empresas.
Dentro dessa perspectiva, a definição do mercado-alvo é uma das etapas mais importantes. O mercado-alvo corresponde ao conjunto de consumidores que possuem renda, interesse e acesso para adquirir o produto ou serviço oferecido. A escolha desse público é feita com base em análises de atratividade — que medem a demanda potencial e os resultados esperados — e de competitividade, que avaliam as vantagens do produto em relação aos concorrentes. Para alcançar esse público de maneira eficaz, utiliza-se a segmentação de mercado, um processo que divide o mercado total em grupos menores, com características e comportamentos semelhantes. Essa segmentação pode ser geográfica, demográfica, psicográfica ou comportamental, permitindo que a empresa desenvolva estratégias específicas para cada perfil de consumidor.
Após a segmentação, a empresa precisa posicionar-se de forma clara e distinta na mente do público-alvo. O posicionamento é a maneira como o produto ou a marca é percebido, e pode se basear em diferenciações ligadas ao produto, aos serviços, à imagem, aos funcionários ou até mesmo ao canal de distribuição. A construção de um posicionamento eficaz é o que transforma a presença de mercado em autoridade e fidelidade.
O conjunto de decisões táticas que traduzem a estratégia de marketing em ações concretas é chamado de mix de marketing, composto pelos quatro elementos clássicos conhecidos como os 4Ps: produto, preço, praça e promoção. O produto é aquilo que a empresa oferece ao mercado, podendo ser um bem, um serviço ou até mesmo uma ideia. O preço representa quanto o consumidor está disposto a pagar pelo valor percebido. A praça, também chamada de distribuição, refere-se à maneira como o produto chega ao cliente, e a promoção é o conjunto de ações de comunicação que visam informar, persuadir e lembrar o público sobre a marca. Na visão contemporânea, esses quatro elementos se relacionam com os 4Cs do marketing: cliente, custo, conveniência e comunicação. Assim, produto torna-se cliente; preço transforma-se em custo; praça em conveniência; e promoção em comunicação. Essa equivalência moderna reforça o foco no consumidor como centro de toda a estratégia.
O produto, no contexto do marketing, é qualquer coisa capaz de satisfazer uma necessidade ou um desejo. Pode ser um bem tangível, um serviço, uma experiência ou uma ideia. Cada produto tem seu próprio ciclo de vida — introdução, crescimento, maturidade e declínio — e, em cada fase, exige estratégias específicas. Durante a introdução, busca-se conscientizar e estimular a experimentação. No crescimento, o objetivo é aumentar o market share. Na maturidade, a meta é maximizar o lucro e manter a participação, enquanto na fase de declínio, o foco recai sobre a redução de custos e a manutenção do valor da marca. Além disso, o produto possui níveis distintos de percepção: o produto esperado, que inclui atributos básicos como marca e embalagem; o produto aumentado, que agrega serviços e garantias; e o produto potencial, que oferece diferenciais encantadores e inovadores.
No que se refere ao preço, ele é mais do que uma simples expressão monetária. O preço é uma percepção de valor e uma medida de benefício. Pode ser determinado a partir do custo, da concorrência ou da percepção do cliente, considerando o quanto o comprador está disposto a pagar. Entre as estratégias de precificação mais utilizadas estão a penetração, que visa conquistar mercado por meio de preços baixos, e a desnatação (ou skimming), que adota preços elevados para reforçar o posicionamento premium da marca. Além disso, as empresas podem recorrer a políticas de preço promocional, descontos sazonais e financiamentos como formas de gerar atratividade e liquidez. O preço, portanto, deve sempre equilibrar o valor percebido pelo cliente e a rentabilidade da empresa.
A promoção, por sua vez, constitui o elo comunicativo entre a marca e o público. Trata-se de um processo de planejamento contínuo que garante que todas as mensagens e experiências de contato com a marca sejam relevantes e consistentes. O mix promocional é formado por diferentes instrumentos, como propaganda, promoção de vendas, relações públicas, eventos, experiências, merchandising, publicidade e marketing direto. A escolha das mídias — televisão, rádio, internet, redes sociais, blogs e impressos — deve ser feita com base no perfil do público, no custo de alcance e no nível de seletividade desejado. As estratégias de comunicação seguem dois movimentos principais: o push, que “empurra” o produto ao consumidor por meio de força de vendas e presença nos canais; e o pull, que “puxa” a demanda através da criação de desejo e fidelidade, estimulando o cliente a buscar a marca por conta própria. Muitas empresas, hoje, utilizam o equilíbrio entre ambos os modelos para obter cobertura total de mercado.
Outro pilar essencial é a praça, que se refere à estrutura de distribuição e canais que conectam o produtor ao consumidor. Ela engloba funções transacionais (como compra e venda), logísticas (armazenamento, organização e distribuição física) e de facilitação (crédito, pesquisa e informação). As políticas de canal podem ser intensivas, quando o objetivo é atingir o máximo de pontos de venda; seletivas, quando se busca qualidade e segmentação; ou exclusivas, quando se pretende reforçar o prestígio e a lealdade à marca. O ponto de venda também desempenha papel crucial: sua localização, visibilidade, layout e legitimidade determinam a experiência do consumidor e influenciam diretamente a decisão de compra.
Além dos 4Ps tradicionais, o marketing de serviços amplia essa lógica para incluir pessoas, processos e evidências físicas. Como os serviços são intangíveis, inseparáveis e variáveis, a interação entre cliente e prestador é parte fundamental do produto. Nesse caso, a percepção de valor é construída durante a experiência de consumo.
Outro aspecto central da gestão de marketing é a administração de marcas. A marca é um dos ativos mais valiosos de uma empresa, pois representa a promessa, a identidade e a reputação perante o mercado. Segundo a American Marketing Association, a marca é um nome, termo, símbolo ou design que diferencia os produtos ou serviços de um vendedor dos de seus concorrentes. O processo de construção e gestão da marca — o chamado branding — envolve aspectos como identidade, valor, extensão, lealdade e posicionamento. De acordo com a metodologia da Interbrand, o valor de uma marca é medido pela sua capacidade de gerar caixa futuro e de manter um relacionamento emocional duradouro com o consumidor. No Brasil, empresas como Bradesco, Itaú, Natura e Skol ilustram como o investimento consistente em marca resulta em aumento de valor e diferenciação competitiva.
Por fim, a gestão de marketing deve ser compreendida como um processo estratégico contínuo. Mais do que vender produtos, ela se dedica a compreender o mercado, antecipar tendências e criar soluções que gerem valor sustentável. O marketing moderno é inteligência aplicada ao negócio — um sistema de análise, planejamento e execução que transforma o ambiente competitivo em oportunidades de crescimento. Em uma economia acelerada, a verdadeira vantagem competitiva não está apenas no produto que se oferece, mas na experiência e no significado que se entrega ao cliente. Assim, o marketing se consolida como o coração estratégico das organizações contemporâneas, sendo o elo entre o propósito empresarial e o valor percebido pelo consumidor.
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